Na última terça-feira (22/01) foram presos 5 integrantes da Máfia dos Títulos. A quadrilha enganava aposentados com a venda de títulos de empresas já falidas ou extintas.

É mais um exemplo da boa atuação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. A denúncia partiu da Promotora de Justiça da 1ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, Dra. Dora Beatriz Wilson da Costa, que solicitou a prisão de 13 pessoas envolvidas. Todas elas tiveram a prisão decretada, mas 8 ainda estão foragidas.

Os meliantes telefonavam para as possíveis vítimas em todo o Estado do Rio, oferecendo, como sempre, altos lucros com a transação. Eles utilizavam nomes de empresas como Unamar, Aquarius, American Tur e Touring Club, entre outras.
A máfia é formada por corretores, que chegavam a convidar os idosos para visitas à suposta empresa, na Av. Rio Branco, no Centro do Rio, o que eliminava qualquer suspeita de estelionato. Encantados com a possibilidade de lucros fáceis e aparentemente seguros, as pessoas entregavam suas economias nas mãos dos criminosos sem qualquer resistência.

A quadrilha já estava sendo investigada há mais de 6 anos e já tinha cerca de 50 denúncias. As prisões vêem sendo decretadas desde o início de 2007. Os idosos eram lesados em cerca de R$ 200 mil por mês, em cheques, para pagamento de supostos registros em cartório. Em alguns casos, os estelionatários fizeram empréstimos fraudulentos em nome das vítimas, que por receio de represália, não informavam a polícia ou os próprios parentes.

Por volta de 500 idosos foram lesados e o lucro da quadrilha ultrapassou R$ 1 milhão. Onze integrantes do grupo já haviam sido presos em 2007 e estão respondendo a ação penal.

Vale aqui um lembrete não apenas aos idosos, mas a os leitores em geral: sempre desconfiem do dinheiro fácil. Não existe outro dinheiro fácil que não seja especulação na Bolsa ou ganhar na Mega Sena, certo? Se alguém aparecer com uma proposta irrecusável, RECUSE.

Os estelionatários são criminosos especiais. Normalmente ninguém diria que são criminosos. Via de regra, andam bem vestidos, são confiantes, conversam bem e passam transparência. Eles atualizam e reciclam seus golpes frequentemente, procurando a todo custo oferecer uma sensação de garantia, como um escritório fixo e números de telefones.

Recomendo aqui a pesquisa no Monitor de Fraudes, um site muito útil que explica detalhadamente cada um dos golpes mais comuns na praça. É sempre bom estar a par dos golpes que estão na praça: nunca sabemos quando receberemos aquele email da Loteria Inglesa ou aquele pedido do nigeriano para resgatar dinheiro em um banco qualquer. Quem nunca recebeu um desses?